sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A vida anormal de um sujeito normal - capítulo 3

- ...certeza que era um dragonete?
- Absoluta. Eu trabalho com essas coisas, conheço um dragonete morto só pela fumaça.
- E o que você fez com ele?
- Enterrei no cemitério da igreja mais próxima, com funeral rezado em latim e o cacete. Acorda, Bia! Larguei o bicho morto na estrada, o que você queria que eu fizesse? Sabe se tem alguma maldição sobre matar dragonetes?
- Deixa ver...matar quimeras te faz ouvir os lamentos dos condenados, matar fadas acaba com a sua fé na vida...não, acho que não tem nada sobre dragonetes.
- Me lembra de confirmar. Você tem algum cigarro aí? Os meus acabaram.
- Eu não fumo há pelo menos trezentos anos. Esse é o tipo de vício que perde toda graça sem o sentimento de autodestruição.
- Eu que o diga.
- Agora esquece isso e entra no carro. Vou te levar para um lugar que você vai adorar.
- Vai ter mortos-vivos lá?
- Alguns.

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